Vou
começar pela teologia da prosperidade! Aliás, uns chamam de “evangelho da
prosperidade”. Aí é demais! Extrapola qualquer sensatez. Afinal, “evangelho” significa
“boas novas”. Não vou entrar na exegese dessa teologia ou evangelho. Seria
perder tempo. Apenas alguns comentários e relacioná-la com o “Pai
Nosso”, ensinado por Jesus. Até onde se sabe, o livro de Jó teria sido
o primeiro a ser escrito na Bíblia; portanto, o mais antigo. Se isso é verdade,
a mulher de Jó foi a desencadeadora da “teologia da prosperidade”. Brincadeiras
à parte, aos fatos.
Jó
era um homem especial. Amado de Deus. A Bíblia diz que ele era íntegro, justo,
temia a Deus e evitava fazer o mal (1:2). Ninguém mais que o próprio Deus
afirmou sobre Jó: “... Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível,
íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal” (1:8 NVI). Alguma dúvida de que
Jó era um homem “segundo o coração de Deus”? Que era um homem “santo”? Que era
alguém a quem Deus amava e sobre ele derramaria todas as bênçãos? Pois é, mesmo assim ele perdeu toda fortuna
que tinha. Perdeu, também, todos os filhos. Desgraça demais para um homem
piedoso, íntegro e que amava a Deus sobre tudo e todos. No auge da sua dor ele ainda pode exclamar em
resposta à sua mulher: “... Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?”
(2:10 NVI).
Poderia,
biblicamente, citar tantos reis, profetas, discípulos, homens e mulheres de
Deus que sofreram as aflições de Cristo... justamente por serem pessoas
“segundo o coração de Deus”. Não há qualquer dúvida que esse tipo de
teologia/evangelho tem sido a propulsora do alto índice numérico do crescimento
quantitativo do “setor evangélico” no Brasil. Lembro que em 1993 li um livro
intitulado “Super Crentes” (Paulo Romeiro), que já tratava do assunto.
Portanto, essa abordagem já está ficando carcomida; todavia crescente nesses
arraiais.
O
que impressiona é a multidão que caminha por tais meandros sem qualquer
conhecimento da Bíblia. Simplesmente vai atrás de “milagreiros” e não tem a
sensatez de verificar a Bíblia, como fizeram os bereianos (Atos 17:11). Estes
examinavam as Escrituras para verificar se o que ouviam do apóstolo era a
verdade. Há que se concordar que essa “onda neopentecostal” da “prosperidade”
tem sido um verdadeiro tsunami; todavia, provocado não pelo conhecimento da
Palavra, mas por uma “eisegese” (não sei onde li isso) satânica, pois foi
exatamente o que ele fez no deserto, ao tentar a Jesus usando a própria Palavra
de Deus.
A
revista Forbes mostrou como vive nababescamente os “donos – apenas alguns -
dessa teologia”. Enquanto isso, a Bíblia
diz que o próprio Filho de Deus, não tinha onde reclinar a sua cabeça (Mateus
8:20). Não tenho dúvidas que os números mostrados pela FORBES estão longe de
mostrar a verdade. Até dólares escondidos em Bíblia já aprontaram. É de fazer
rir, não fosse tragicômico. É esse tipo de teologia que “enche o embornal”,
como dizia minha vó. É tudo pela “graça”
que, não tenha dúvida, tornar-se-á em desgraça. Se não aqui... o será na
eternidade. Veja com cuidado o que disse Jesus em Mateus 7:21-23.
Não
se adora mais a Deus porque Ele é Senhor, é Santo, é Soberana, é Criador. Não
mais pelo que Ele é... mas, apenas por aquilo que ele dá. Na verdade, essas
pessoas não sabem o que Deus tem, porque não conhecem as Escrituras, a não ser
alguns poucos textos esparsos e convenientes. Não há uma hermenêutica bíblica,
onde a Bíblia interpreta a própria Bíblia. A impressão que tenho é que esses “líderes”
evangélicos, e seus seguidores, acham que Deus tem uma grande empresa de moto
boys, onde estes estão disponíveis vinte e quatro horas por dia, para pronta
entrega de bênçãos. E ai do dono da empresa, se não entregar a tempo. Nessas
entregas angélicas de moto boys estão as bênçãos de imunidade a pobreza, ao
luto, às tragédias, as aflições da vida. Deus deixou de ser Senhor e passou a
ser escravo. É o “Deus utilitário”! Já pensou se os “moto boys” se
insubordinassem e dissessem ao patrão: - Chega. Estamos em greve!
Mas,
e o “Pai Nosso”! Para ser simplista, orar é entrar na intimidade de Deus, ou
seja, é falar com Ele. Para quê? Para adorá-Lo, louvá-Lo, abrir o coração,
chorar e, também, buscar as suas bênçãos. Acontece que as orações se tornaram
“ladainhas”. Repetições e repetições inúteis. Pedir... pedir e pedir. Oração é
muito mais que isso. A oração demonstra o amor que o servo tem pelo seu Senhor,
pela mediação de Jesus Cristo e pela iluminação do Espírito Santo. Jesus sempre deu o exemplo de oração. Ao ser
instado a ensinar sobre a oração, Ele deu um exemplo fantástico: o “Pai Nosso”.
Eis o que Ele ensinou:
- Pai nosso, que estás nos céus! Primeira lição: Deus é Pai, portanto somos filhos e como tal devemos obedecê-lo.
- Santificado seja o Teu nome! Segunda lição: O nome dEle é santificado, ou seja, Ele é Santo. Por isso deve ser adorado. Ele e somente Ele.
- Venha o Teu Reino! Terceira lição: O reino é dEle. O rei é Ele. Somos tão somente súditos.
- Faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu! Quarta lição: Se Ele é o rei desse reino, a vontade dEle deve ser feita. Onde? No céu e na terra. Afinal, se Ele é Rei e somos súditos, não passamos de escravos.
- O pão nosso de cada dia dá-nos hoje! Quinta lição: Quem dá o pão de cada dia é Ele; portanto, somos dependentes dEle.
- Perdoa-nos as nossas dívidas! Sexta lição: Somos pecadores e, por isso, precisamos pedir perdão ao único que pode perdoar.
- E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal! Sétima lição: Somos fracos espirituais e dependemos dEle para que não caiamos em tentação.
- Porque Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre! Oitava lição: Dele é o poder e a glória, pois o Reino pertence a Ele. E isso é para sempre. Então, o que fazer?
Obedecer
a Ele ou dar ordens a Ele? Que lições importantes Jesus ensinou. Teologia ou
evangelho da prosperidade? Leia e estude a Bíblia. Prosperidade ou prospe-rindo
(li isso faz muito tempo e não sei onde, por isso não posso dar o crédito)? .
Obrigado
meu querido Jesus. Contigo tenho
aprendido o que significa: “no mundo tereis aflições”; mas também “tendes bom
ânimo, porque eu venci o mundo” (João 16:33). Se você quer se aprofundar nesse
assunto, estude com carinho e profundidade o Salmo 73. É um tesouro a ser
encontrado pelos adeptos da “teologia da prosperidade”.
Obrigado
apóstolo Paulo (o verdadeiro) que me ensinou: “Sei o que é passar necessidade e
sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer
situação, seja bem-alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando
necessidade” (Filipenses 4:12 NVI). E conclui com uma precisão divina dizendo
que por causa de ter aprendido a viver com os dois lados da questão ele podia
dizer: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13 NVI). Em Deus ele
podia aguentar tudo: fome, frio, nudez, necessidades, açoites... assim como a
ter abastança. Como este versículo tem
sido usado satanicamente fora do contexto.
Para
encerrar quero ainda agradecer a Paulo (o verdadeiro apóstolo) quando me
ensina: “Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas Ele me disse:
‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’
(...) Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos,
nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte”
(II Coríntios 12: 8-10 NVI).
Obrigado
Deus! Estou convicto que “a Tua graça me basta”. Tenho algo muito mais
importante hoje, aqui e na eternidade. O Teu amor... a Tua graça! Elas me bastam.
Como sempre, muito bom seu artigo, meu caro. Precisamos levantar nossas vozes conrea esse evangelho distorcido que tem sido propagado.
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