domingo, 17 de fevereiro de 2013

CARNAVAL! O Maior Espetáculo da Terra. (parte I)


Normalmente não falo ou escrevo sobre aquilo que não sei, não vi ou não conheço. Nunca fui chegado a carnaval. Mas leio sobre ele. Li que ele é o “maior espetáculo da terra”. Nesses dias de carnaval 2013 não fiz retiro. Fiquei em casa e visitei amigos. Fiquei algum tempo frente à TV assistindo desfile de algumas poucas escolas de samba do Rio de Janeiro, um pouco dos trios elétricos em Salvador e, também, de Recife. Nada mais. Espero que nenhum “cristão” me condene por isso. Como disse, preciso ver e conhecer para escrever. Mas... já estou acostumado às críticas. Mario Sergio Cortella em seu livro: “Qual é a tua obra?” diz que possui um crítico de suas obras e eles se “odeiam” faz trinta anos. Por isso mesmo Cortella afirma: - Eu o respeito, ele me faz crescer. Ele me melhora. Então, que venham as críticas. Elas me melhoram. 

Primeiro Ato. Olhei fascinado um pouco do desfile do Rio de Janeiro e fiquei extasiado. Obra prima. Arte pura. Dedicação. Que espetáculo grandioso de arte criativa. Como pode sair da cabeça de um carnavalesco tanta criatividade? Como é que milhares de pessoas dedicam-se meses a fio a ensaios para que saia tão deslumbrante espetáculo? Amor... é a resposta!

Milhares de empregos durante todo o ano. Verdadeira indústria do entretenimento. Não há distinção de raça, credo, cor, ideologia. Movimento fenomenal de turismo. Hotéis, restaurantes, casas de aluguel... tudo lotado. Gente de quase todos os países. Verdadeiramente um espetáculo. 

Segundo Ato. Qual ou quais as origens do Carnaval, que é tido como “O Maior Espetáculo da Terra”? Ele é uma festa brasileira? Quando começou? Bem, pesquisei e não cheguei a uma conclusão definitiva. Os historiadores se divergem. Fato é que, independentemente do real princípio, o carnaval remonta a antiguidade longínqua. Vejamos algumas pesquisas. 

Recebi de Lídia Carvalho, que mora em Americana/SP – ela é cristã evangélica – as seguintes informações (ipsis líteres): "Originários dos ‘Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã’, o primeiro carnaval que se tem origem foi na Festa de Osíris no Egito, o evento que marca o recuo das águas do Nilo. Os Carnavais alcançaram o pico de distúrbio, desordem, excesso, orgia e desperdício, junto com a Bacchanalia Romana e a Saturnalia. A Enciclopédia Grolier exemplifica muito bem o que é, na verdade, o carnaval. Uma festa pagã que os católicos tentaram mascarar para parecer com uma festa cristã. Os romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria. A Bacchalia era a festa em homenagem a Baco, deus do vinho e da orgia, na Grécia, havia um deus muitíssimo semelhante a Baco, seu nome era Dionísio, da Mitologia Grega Dionísio era o deus do vinho e das orgias”. 

No Site “Brasil Escola” encontrei o seguinte: “Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a. C. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d. C. É um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". (...) Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. (...) A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de Janeiro, e chamava-se “Deixa Falar”, anos depois seu nome foi modificado para Estácio de Sá. Com isso, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo foram surgindo novas escolas de samba”.

O dicionário Wikipédia acrescenta a seguinte informação: “A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres”.

No site TERRA, sob o título “Origens do Carnaval: conheça as raízes e os símbolos da festa” e no subtítulo “Desforra no carnaval para esperar a Páscoa”, extraí o seguinte texto, ipsis líteris: “Com a consolidação do cristianismo, a Igreja tentou combater inúmeras festas pagãs - o que não funcionou com o carnaval”. A retomada veio em 604, quando o Papa Gregório I estabeleceu, no calendário eclesiástico, a quaresma, período de jejum e recolhimento físico e espiritual durante os 40 dias que antecediam a Páscoa. Com isso, ficou estipulado que o carnaval seria comemorado nos três dias imediatamente antes do início da quaresma, como uma última chance de se aproveitar dos prazeres da carne. Mais tarde, no século 11, o Papa Urbano II decretou o período oficial do período do jejum: da quarta-feira de cinzas até o domingo de Páscoa. Assim, na chamada terça-feira gorda, era permitida a realização de grandes bailes e banquetes, e o clima de subversão e inversão de valores era uma marca forte da festa. "Tanto povo quanto elite absorvem esses três dias como forma de ludibriar o momento de privação", detalha a pesquisadora de Carnaval e Cultura Popular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e julgadora de alegorias e adereços dos desfiles do Grupo Especial do RJ, Helenise Monteiro Guimarães.

Não tenho interesse de pesquisar mais sobre as origens do carnaval. O que me interessa é algo mais profundo. A realidade inequívoca é que a festa existe, está aí e dificilmente vai mudar em alguma coisa. Minha preocupação é como os “filhos de Deus” da nova geração estão vendo o carnaval. Nenhum cristão em sã consciência pode ignorar o fato de que os evangélicos estão aderindo, e ou, tolerando perigosamente os efeitos do carnaval. 

Terceiro Ato. Argumentações evangélicas pró-aceitação do carnaval existem muitas. Que o digam os blocos de carnaval evangélicos. Alguns argumentam que o carnaval é uma legítima festa brasileira e cheia de alegria; portanto, não podemos desdenhar dela. Outros dizem aquilo que já coloquei lá no início: é uma festa linda e cheia de arte. Os mais “espirituais” entendem que é uma excelente ocasião para a evangelização. Você conhece o bloco “mocidade dependente de Deus?”. Você conhece o bloco “As muquiranas? (neste os homens saem vestidos de mulher)”. São blocos evangélicos ou sob a liderança – nominal - de evangélicos. O primeiro é de um pastor, o segundo de um casal de artistas que se diz evangélico. Vou citar mais alguns já conhecidos. Apenas citar. Cada qual tire suas conclusões. Para conhecê-los melhor existe o Google. Não vou perder meu precioso tempo discorrendo sobre tais blocos. Ei-los (apenas alguns): “Semente do Amanhã (Rio de Janeiro)”; “Marcha Celebrai a Cristo (São Miguel dos Campos/AL)”; “Cara de Leão (Itaboraí/RJ)”; ““ Celebração da Unidade – Espiritual 2013 (Trio elétrico que saiu no circuito Dodô, em Salvador/BA)”; “Bloco Sal da Terra (Salvador/BA)”. Há muitos outros. Todos sabemos de grupos – como a JOCUM, por exemplo – e igrejas que fazem alguma atividade específica em meio à folia no afã de evangelização. Não quero julgar... todavia, ainda não vi de forma real e palpável os resultados disso para o Reino. 

O jornalista Tiago Chagas publicou a seguinte notícia no site “Gnotícias Gospel” sobre a cantora “evangélica” baiana Claudinha leite ao repreender foliões que se envolveram numa confusão: “o carnaval “é coisa de Deus”. (...) - “O que é isso? Tenham consciência! Carnaval é na paz! Não quero cordeiro do meu bloco fazendo esse tipo de coisa! Não venham fazer bagunça na casa de meu Pai! Carnaval é coisa de Deus! Isso é um absurdo! Quero atendimento médico aqui ao lado do trio para esse rapaz! Eu sei quem foi. Não vou esquecer o rosto de quem fez essa covardia. Vamos brincar na paz”. Bem que alguém já disse que “o que dá pra rir... dá pra chorar”. (Continua...)

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