domingo, 12 de maio de 2013

AMOR DE MÃE: A DIMENSÃO HUMANA DO AMOR DE DEUS.


Presto aqui minha homenagem às mães. Todas elas... mas, principalmente àquelas que um dia sentiram o amor de Deus, aceitando-O como Senhor e Salvador e, consequentemente, tornando-se “filhas” (João 1:12). Minha mãe ainda vive. Tem 85 anos. Infelizmente ela não mais reconhece seus filhos, tomada por doença que, aos poucos, foi tirando sua capacidade de saber quem é e de saber quem são os outros. Mas, ela sempre foi inspiração. Mãe abnegada e amada por todos à sua volta. Foram seis filhos. Esposa exemplar... mesmo nos momentos mais difíceis pelos quais passou. Tenho duas filhas: Jane e Junia, e um filho também, o Arthur. Ambas mães. Cada uma deu-me dois netos. Lindos! Parabéns às filhas e mães exemplares. Que Deus as abençoe ricamente. Minha homenagem especial a Jacira. Mãe, amiga, companheira de todas as horas. 

Que relação há entre esse amor de mãe e o amor de Deus? Qual a relação entre um amor e outro amor? Amor tem diferença? Quais? Amar é verbo. Verbo indica ação. Fácil é dizer “eu te amo”, mas difícil é praticar esse verbo. Porque o amor é substantivo. Amar, quase sempre, é filho da emoção, portanto, abstrato. Amor é concreto.  Como pode alguém dizer que ama e não demonstrá-lo na prática, já que é ação? O amar é por o amor em ação. Tem que ser demonstrado... na prática.

Então, o que é o amor de mãe? Algumas perguntas me inquietam desde sempre. Por que a mãe ama tanto seu bebê recém-nascido, é uma delas?  Sei que essa é uma pergunta idiota, mas ela me inquieta. Da mesma forma a mesma pergunta vale para o amor de Deus: por que Ele me amou e me ama tanto? Bem, na verdade não entendo muito; todavia sei que a resposta mais plausível é: Deus me ama porque Ele me ama. Afinal, Ele é amor (I João 4:8). A mãe, na medida humana, ama seu bebê, simplesmente porque ama! Senão for simplesmente por amor... eu não posso entender.

Durante vários meses aquele “ser” foi crescendo dentro do seu ventre. Durante bons meses trouxe à mamãe muito sofrimento.  Em muitas ele deixou uma série de espinhas que tornaram feio o rosto sereno de mãe. Em todas elas fez que tivesse um lindo “andar de pata choca”. Foi por causa desse ser ainda informe que a mamãe teve os mais tresloucados desejos. No meio da noite queria manga verde, chocolate de determinada marca, pão doce, banana, uva, torrada, sucos estranhos... ufa! Quase todos devolvidos pela natureza ao raiar do dia... ou logo após ter ingerido.

Além disso, o pequeno infante no ventre a chutou por vários meses... de dentro para fora. No começo até parecia cócegas... depois, eles ficaram violentos. Até pareciam chutes de alguém com muita raiva, querendo sair da sua gostosa prisão uterina. Afinal, ele estava ocupando um espaço que não era seu e, também, comendo alimentos que nem sabia preparar. Pra dizer a verdade, aquele bebê não passava de um chato a judiar da mamãe, além da conta.

Que amor é esse? Com tanta chatice a mamãe, ainda assim, o mantinha aquecido, seguro e alimentado. Será que, em algum momento, ele – o bebê – agradeceu? Não, nenhum deles jamais fez isso. Assim que ele saiu do útero da mãe, a primeira coisa que fez foi reclamar... e muito! Chorou e chorou convulsivamente. Era uma solene reclamação, afinal, saíra do seu aconchego gostoso dos últimos meses. Aliás, ele nem disse que estava chegando. Certo dia resolveu que sairia e, simplesmente, saiu. Chegou! E que chegada fantástica.  Aquele ser indefeso fez da mamãe um verdadeiro animal selvagem. Lembra-se mamãe? Quando ele resolveu sair, não pediu licença, nem preparou o caminho. Ele forçou a barra. Então você mamãe gritou, praguejo, cerrou os dentes e rasgou lençóis e travesseiros à mão. Suas costas ficaram doloridas, sua cabeça latejante e seu corpo encharcado de suor. Seus músculos estavam retorcidos e você prostrada. Por que fez tudo isso, mamãe? Não deveria estar muito brava? Não, você não estava brava. Por que não? Por amor, simplesmente.

Após aquele choro tresloucado ao nascer, ele se aquietou no colo da mãe e sugou seu peito com sofreguidão. Olhou em volta e começou a pensar: este quarto está muito frio... é diferente do meu quarto original. Esse cobertor é pesado, tira o meu movimento; além disso, é muito áspero. Ainda por cima tem esse cara barbudo que me pega e fica fazendo caretas como se eu fosse idiota. Aí o bebê apronta o maior choro novamente.

Nesse momento você mamãe, cansada, dorida, exausta, com sono e fome deveria estar muito, muito brava. Longe disso! Apesar de tanto sofrimento, seu rosto e mãos demonstram amor. Amor além da eternidade. Você sabe que seu bebê nada fez por você... mas, ainda assim o ama. Você sabe que não mais terá noites de sono reparador. Sabe que acordará muito cedo todas as manhãs... mas, ainda assim o ama. Você se lembra de todo sofrimento que trouxe ao seu corpo e de todas as manhãs cheias de náuseas... mas, ainda assim o ama. Ele é o seu tesouro, a herança do Senhor (Salmo 127:3).

Após o parto e em pleno choro convulsivo, ele é levado até você. O rosto do seu bebê está enrugado... até se parece com um joelho, de tão inchado e feio.  Todavia, você só sabe dizer que ele é lindo, que é gracinha, que seus olhos são brilhantes e que ele será um ícone no futuro. Você é “louca” por esse bebê. Você nem se lembra do cansaço, dos vômitos, da dor, do sofrimento.  Que amor é esse?

Por que essa mãe ama tanto seu recém-nascido? Será que é um sentimento de posse. Isso pode até ser verdade em certa medida. Mas, é muito mais que isso. É amor simples e puro... sem fronteiras. Ela sabe que ali está o sangue do seu sangue... a carne da sua carne! Ela sabe que é o seu legado, a sua herança.  Pouco importa o nada que o bebê lhe tenha dado. Pouco importa o tudo de sofrimento pelos quais passou. Ela, a mãe, sabe que o seu filhote é indefeso, fraco. Ela sabe que ele é fruto do seu ventre e que ele não pediu pra vir ao mundo. Ela sabe que esse amor tem que ser o maior e melhor, independente das circunstâncias. Por quê? Simplesmente ela o ama! Por amor!

E o amor de Deus? Nem eu, nem você pedimos pra nascer. Deus sabe disso! Nós – eu e você – somos frutos da mente de Deus. Ele nos concebeu na eternidade. E nos amou antes dos tempos existirem. Ela já sabia que seríamos miseráveis pecadores. Ele sabia que quebraríamos todas as leis. Ele sabia que daríamos a Ele muito sofrimento. Mas, ainda assim, Ele nos amou. E exatamente por amar sem limites... Ele veio até nós, em Cristo Jesus, e se doou por inteiro. Por mim. Por você. Por toda a humanidade. Simplesmente... por amor.

Ao aceitar esse amor ilimitado somos transformados em filhos. Filhos por adoção (João 1:12). Nesse dia passamos a ser dEle. Ele nos possui por meio do Espírito Santo que passa a habitar em nós. Aí passamos a ser seus olhos, seus pés, suas mãos, seu rosto... seu toque. O mundo não conhecerá a Deus a não ser pelos meus pés, pelas minhas mãos, pelo meu rosto, pelo meu toque de amor para com o meu próximo e para com meu irmão. Que amor é esse? Ele jamais vai deixar de amar assim, mesmo que eu seja o filho mais miserável, abjeto e horrível. Ele simplesmente vai continuar me amando... embora me corrija também. A mãe é assim também.  É a dimensão humana do amor de Deus.

Por mais incrível e absurdo que possa parecer, somos o Corpo de Cristo. Podemos não agir da forma que Deus quer; mas, ainda assim, somo o Corpo de Cristo. Veja as “besteiras” que faziam os membros da igreja de Corinto. Ainda assim, eles eram amados por Deus. Eu e você – filhos dEle – também o somos. Somos filhos dEle. Inalteradamente filhos! Ele nos ama, apesar do tipo de filhos que somos. Ele ama... infinitamente! Nada há que possa fazer Deus amar menos que isso. Ele é amor. Que amor é esse?

Mãe... amor humano maior. Deus, amor divino total e absoluto. Não há limites para o amor verdadeiro. O amor de mãe é espelho do amor de Deus. O amor de Deus é a essência de tudo, pois Ele é amor.  Parabéns mães pelo amor sem limites de cada uma. Nutram-se a cada dia do amor de Deus. Ele é a fonte. Sem a fonte... o amor morre!

Que Deus, no Seu inalterado e ilimitado amor produza mais e mais amor em cada uma. O mundo precisa de mães “filhas” de Deus, que se nutram diariamente do Amor Maior: o amor de Deus.

Obrigado Deus! Por amor tão grande. Tu és amor! Obrigado Deus por todas as mães que espargem amor por este mundo! OBRIGADO DEUS!






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